PRIMAVERA-FLOR: Minha flor

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Minha flor

                                                     No lodo uma flor estava
                                                     Tão triste tão pálida
                                                     Um beija-flor que voava
                                                     Na sua pétala pousava, beijava
                                                     A sua volta circulava, girava e amava
                                                     A flor brilhava
                                                     Duas mãos apoiava
                                                     Entre elas a levava
                                                     Para o jardim voltava
                                                     Um perfume exalava
                                                     Era uma festa
                                                     Tudo se alegrava
                                                     Um presente do céu
                                                     Era uma graça.

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Sobre minha mãe, Rute Jacob.

Se mãe fosse feita de algum desses materiais disponíveis no ambiente, diria que a minha foi feita de fibra de carbono. É, digo isso, porque ela foi, em parte, fruto da grande revolução iniciada nos anos 60 em que as mulheres passaram a ocupar espaços nunca antes ocupados. Como efeito da revolução do desenvolvimento e utilização da fibra de carbono até nas asas dos aviões que também se deu nos anos 60, ela é uma daquelas mulheres que nasceram com asas feitas de fibra e sem manual de instruções. Ela é daquelas que envergam; mas quebrar? Jamais! Ela é moderna sim, talvez até pós-moderna, porque nela a modernidade não foi entrando e a revirando pelo avesso, sem antes passar pelo crivo e a sensatez da mulher que estava sendo questionada e posta de lado sem direito a defesa. Não! Minha mãe, é daquelas que foi a luta e fez do mercado de trabalho um lugar de independência. Mas, nem por isso, se desfez da máquina de costura da vovó nem dos terços e orações da madrinha. Não saiu por aí queimando sutiã... muito pelo contrário, ela gosta muito de sutiãs. Ela é daquelas mulheres de sessenta anos que ama a vida... tem Orkut, virou blogueira e poetisa, faz aulas de canto, violão, piano e pinta maravilhosamente bem, além de fazer uma berinjela recheada capaz de fazer cometer o pecado da gula até o padre da paróquia. Eu, sinceramente desisti de entendê-la, passei a curti-lá. E em minhas orações peço que sua energia seja conservada. Na verdade, eu não entendo como conseguiu e consegue engabelar o tempo...pois é, faz o tempo, literalmente, de bobo e eu, é claro, fico de boca aberta. Porque, na verdade, esse é um dos meus maiores problemas. Mas, não estamos falando sobre mim. Tenho uma amiga que definiu a mulher moderna como sendo uma máquina multifucional ultramoderna. Acho que, em partes, em se tratando da minha mãe, ela tem razão. Talvez, máquina seja o problema, porque pra optar e fazer todas essas coisas que a mamãe faz, precisa, ainda, daquela dose de sensibilidade e ternura, que parece faltar em outros seres tão complexos quanto. Minha mãe, é uma daquelas sagitarianas que consegue dançar bolero e tango com a mesma dose de paixão. Ler e citar Augusto Cury e nunca, mais nunca mesmo, desistir daqueles que ama profundamente. E, eu sou a prova mais contundente disso. E, também por isso, a amo infinitamente.

PRIMAVERA-FLOR

"Olhai os lírios do campo"

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Minha flor

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