"Olhai os lírios do campo"

"Olhai os lírios do campo"

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Apenas um toque

                 Uma multidão se apertava, entre elas uma mulher,
        colocava sua esperança Naquele Homem assediado por
        tantas pessoas.   Quantas vezes ouviu  falar  de seus fei-
        tos, estava ali tão perto e tão difícil tocá-Lo.
                 Ela solitária, discriminada, rejeitada, ferida no seu
        amor próprio, considerada imunda pela sociedade.
                 Ali estava, com medo, disfarçada, não poderia ser
        reconhecida,  talvez  fosse até apedrejada, timida, quase
        pisoteada, precisava apenas um tocar em Suas vestes.
                 Quanto tempo se passou.                  Na ansiedade
        o tempo passa tão devagar. Entre empurrões, caras feias,
        quão cansada, enfraquecida pela hemorragia que anos a
        fio lhe consumia.           Um filme triste passava em sua
        mente, perdas materiais e sociais, nada resolvia.    
                  Estava ali tão próxima sua última esperança.
                  Quem era esta mulher?
                  Era você, era eu, qualquer uma de nós.
                  Sua última esperança, minha esperança, nossa es-
        perança!
                   Esta hemorragia? é meu filho, meu casamento,
        meu trabalho, minha vida, meu lar...
                   Apenas um toque.
                   Neste toque, meu coração se rendeu a Este Homem,
        mil caminhos percorri, percorremos.       Quantas portas
        estranhas bati, batemos.
                   Ouvi, ouvimos Deste Homem falar e entre a multi-
       dão me introduzi, introduzimos.     Eu quero apenas um
       toque.
                      
      
        

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