Uma multidão se apertava, entre elas uma mulher,
colocava sua esperança Naquele Homem assediado por
tantas pessoas. Quantas vezes ouviu falar de seus fei-
tos, estava ali tão perto e tão difícil tocá-Lo.
Ela solitária, discriminada, rejeitada, ferida no seu
amor próprio, considerada imunda pela sociedade.
Ali estava, com medo, disfarçada, não poderia ser
reconhecida, talvez fosse até apedrejada, timida, quase
pisoteada, precisava apenas um tocar em Suas vestes.
Quanto tempo se passou. Na ansiedade
o tempo passa tão devagar. Entre empurrões, caras feias,
quão cansada, enfraquecida pela hemorragia que anos a
fio lhe consumia. Um filme triste passava em sua
mente, perdas materiais e sociais, nada resolvia.
Estava ali tão próxima sua última esperança.
Quem era esta mulher?
Era você, era eu, qualquer uma de nós.
Sua última esperança, minha esperança, nossa es-
perança!
Esta hemorragia? é meu filho, meu casamento,
meu trabalho, minha vida, meu lar...
Apenas um toque.
Neste toque, meu coração se rendeu a Este Homem,
mil caminhos percorri, percorremos. Quantas portas
estranhas bati, batemos.
Ouvi, ouvimos Deste Homem falar e entre a multi-
dão me introduzi, introduzimos. Eu quero apenas um
toque.
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